CFM APROVA CIRURGIA METABÓLICA COMO OPÇÃO PARA TRATAR DIABETES TIPO 2

PUBLICADO DIA 30/04/2018

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu no dia 7/04/18, o uso da cirurgia metabólica como opção terapêutica para determinados pacientes com diabetes tipo 2. Na resolução divulgada no final desta tarde, fica estabelecido que aqueles portadores da doença que tenham índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2 são elegíveis para esse tipo de cirurgia. No entanto, é preciso que o médico comprove que o paciente não conseguiu controlar a enfermidade com medicamentos.

 

EMAGRECER NÃO PODE SER OBJETIVO

No material do CFM, a cirurgia metabólica é definida como "qualquer intervenção do tubo digestivo". Operações assim levam a uma perda de peso também, mas isso, segundo o Conselho, não deve ser encarado como o objetivo da cirurgia. Em essência, o alvo desse técnica deve ser o controle do diabetes.

 

A grande diferença dessa técnica para a cirurgia bariátrica convencional está na recolocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno, o que aumenta a produção de hormônios da saciedade e melhoram o diabetes.

Foi essa a cirurgia a que o senador e ex-jogador Romario se submeteu em janeiro deste ano. O ex-atleta realizou a operação com a intenção de controlar o diabetes, que, segundo ele, chegava a 400 mg/dL (miligramas por decilitro).

Na época, ele chegou a ser criticado por optar por uma técnica invasiva, enquanto muitos defendiam que uma mudança no estilo de vida já seria suficiente para manter a doença sob controle. Após o procedimento, o mesmo realizado pelo apresentador Fausto Silva, em 2009, Romário afirmou que perdeu 15 quilos nos primeiros 50 dias.

O diabetes tipo 2 surge quando o organismo não consegue usar a insulina que produz de forma adequada, ou produz insulina insuficiente para controlar a glicemia. É causado, principalmente, por má alimentação e exceso de peso, aliados à predisposição genética.

A doença é tratada hoje como uma epidemia: a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 422 milhões de adultos sofriam de diabetes em 2014 — ano dos dados mais recentes —, contra 108 milhões em 1980.

 

QUEM PODE FAZER A CIRURGIA?

Pela resolução do CFM, além de ter IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, os pacientes só poderão fazer esse procedimento se apresentarem as seguintes condições:

- Idade mínima de 30 anos e máxima de 70;

- Diagnóstico definido de diabetes tipo 2 há pelo menos 10 anos;

- Refração comprovada ao tratamento clínico, com remédios;

- Não ter contraindicações para o procedimento cirúrgico.

Segundo comunicado do CFM, o objetivo da nova resolução é "contribuir para que seja expandida a possibilidade de redução das taxas de morbimortalidade no Brasil por meio do controle da doença (do diabetes)".

Na exposição de motivos da nova regra, o CFM ressalta que o tratamento cirúrgico não exclui a possiblidade de associação com remédios para evitar recidiva ou complicação da doença.

No Brasil, o número de pessoas diabéticas em 2015, com idade entre 20 e 79 anos, atingiu a marca de 14,3 milhões, havendo a expectativa de que em 2040 chegue a 23,3 milhões de pessoas. A média do IMC desses pacientes no país é de 30 kg/m2.

 

Na avaliação do CFM, estudos sobre os mecanismos de ação das intervenções cirúrgicas sobre o tubo digestivo demonstram efeitos antidiabéticos diretos, independentes da perda de peso, diminuindo a resistência hepática à ação da insulina, além de aumentando a liberação desse hormônio por células do pâncreas.

 

Leia a matéria publicada no Jornal Diário do Sudoeste acessando o link:

https://www.diariodosudoeste.com.br/noticia/cfm-aprova-cirurgia-metabolica-como-opcao-para-tratar-diabetes-tipo-2